terça-feira, 17 de maio de 2016

PERDOAR


É fácil perdoar?

Encaremos os factos. Não é fácil perdoar a pessoas. De facto, existem pessoas que não merecem ser soltas do anzol. Não admira que ouçamos a pergunta, tantas vezes repetida: «Porque devo perdoar-lhe?»

Uma rapariga – uma cristã feliz com um futuro pessoal e profissional brilhante – teve todo o seu mundo virado de pernas para o ar. Ela foi violentamente violada por alguém que ela subsequentemente achava mais parecido com um animal do que com um homem. Ela sentiu-se, mais tarde, violada a segunda vez pela maneira como ele e o seu advogado trataram do caso, causando-lhe extrema humilhação e dor emocional lancinante no tribunal. A sua terceira humilhação veio na forma da pena ligeira que o juiz, aparentemente indiferente, decretou. 

Podes, talvez, imaginar a extensão da sua ira, quando um polícia, empenhado em investigar o caso, lhe perguntou se ela conseguiria arranjar lugar, no seu coração, para perdoar ao acusado. Porque haveria ela de querer perdoar esta pessoa, que tinha iniciado toda a dor que ela experimentara naqueles poucos meses passados, esta dor que ela teria de carregar, com ela, o resto da sua vida?

«Acha que ele merece ser perdoado?» Retorquiu ela em palavras odiosas, que não mais conseguia reprimir.

«Não», foi a resposta surpreendente. «Ele não o merece, mas tu sim.»

Esta é uma razão importante pela qual devemos estar sempre prontos a perdoar: Nós merecemos os benefícios do perdão. Por tudo aquilo que sabemos, o violador estava a festejar alegremente a pena ligeira que tinha apanhado. A ira contínua da jovem não desfez a sua violação tripla; ela simplesmente predizia uma quarta e mais duradoura dor. Felizmente, com a ajuda de um conselheiro, ela conseguiu perdoar e começar, de novo, a reparar a sua vida. Nós perdoamos, diz um certo conselheiro, porque o preço que pagamos por não perdoar é demasiado grande. O nosso bem-estar emocional, físico, espiritual e social pode, por vezes, depender da nossa capacidade em perdoar o imperdoável.

Um bom exemplo disto foi o de José. Lê a sua incrível história de traição e perdão em Génesis 37, 45, 50.

Procura sentir o impacto das palavras de José aos seus irmãos assustados: «Não temais, porque porventura estou eu no lugar de Deus?» (50:19).

Este é um dos exemplos mais notáveis de “deixar as coisas nas mãos de Deus”.

"Perdoa-nos como nós perdoamos"

Há uma segunda razão para perdoar – as nossas próprias imperfeições.

Todos nós fazemos coisas que requerem que sejamos perdoados. Ironicamente, a maioria de nós passamos pela vida a carregar uma balança imaginária nos nossos ombros. Num prato da balança está uma pesada carga de culpa, resultante dos nossos próprios pecados não confessados. No outro prato está uma carga de ódio e ira resultante das faltas de outras pessoas contra nós. Infelizmente, os dois pratos da balança não se equilibram um ao outro. Cada prato torna-se mais pesado pelo peso que vem do outro. 

Portanto, podemos estar gratos ao Deus a quem servimos, por Ele estar motivado, não pelo desejo de vingança pelas nossas faltas contra Ele, mas por um anelo em perdoar-nos os nossos pecados. Salmos 130:3 afirma isto de modo maravilhoso: «Se tu, Senhor, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá?

O Dr. Vaudré Jacques é um pastor Adventista do Sétimo Dia, especializado no estudo de relações familiares. Ao falar da necessidade de perdão, dentro dos casamentos, ele diz: «Puro e livre perdão dá-nos algo que nós não merecemos. Este é o modo como Deus Se relaciona connosco, Seus filhos.»

Lembra-nos esta ideia de perdoar a outros como Deus nos perdoa, alguma coisa na oração o Pai-Nosso?

Se não, lê Mateus 6:12. Quando leres dá também uma olhadela aos versículos 14 e 15.

O ÓLEO DAS RELAÇÕES HUMANAS


Uma terceira razão para perdoar, na vida de uma pessoa, é o facto de o perdão ser como o óleo que mantém as engrenagens das relações humanas em funcionamento. Pensa nas inúmeras coisas que irmãos e irmãs, filhos e pais fazem uns aos outros durante toda uma vida. Imagina que não havia perdão. Como conseguiriam as famílias sobreviver com alguma alegria? A verdade é que a falta de perdão é muitas vezes a razão de muitas famílias se destroçarem.

Eis uma maneira de testar isto. Lê de novo a parábola do filho pródigo (Lucas 15:11-32). Já notaste que Jesus não nos diz se o filho mais velho, alguma vez, perdoou ao mais novo?

Imagina dois cenários: 1) O irmão mais velho continuou zangado e nunca perdoou ao mais novo. 2) Ele perdoou tal como o pai.

Qual destes dois cenários gostas mais? Qual deles achas melhor para uma sobrevivência harmoniosa da família?

Agora medita nisto: Quando é que devemos perdoar? Quando é que não devemos perdoar?

Aparentemente Jesus e os escritores cristãos primitivos passaram muito tempo a tratar destas duas questões. Lê os textos bíblicos seguintes e nota quando devemos perdoar:

MATEUS 5:23-24 – «Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali, diante do altar, a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e, depois, vem e apresenta a tua oferta.»

MATEUS 18:15 – «Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste teu irmão.»

MATEUS 18:27-35 – «Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se aos seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu, também, tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um, a seu irmão, as suas ofensas.»

EFÉSIOS 4:26 – «Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.»

“ATÉ SETE?”


Vimos anteriormente Pedro a lutar com a questão oposta: Quando não devemos perdoar. Em certo sentido, quando Pedro perguntou a Jesus se perdoar sete vezes era suficiente, ele estava a ser muito generoso. Aparentemente, os rabis daquele tempo ensinavam que bastava perdoar até três vezes.

Depois disso a pessoa podia andar sem qualquer sentimento de culpa. Não precisava de pensar em voltar a perdoar. Esse ensino estava provavelmente baseado na incompreensão de um texto do Velho Testamento. Amós 1:3: «Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Damasco, e por quatro, não retirarei o castigo, porque trilharam a Gilead com trilhos de ferro.»

Sabendo que Jesus costumava apresentar padrões mais elevados do que os dos rabis, Pedro achou que estaria bem sete vezes, número que escolásticos bíblicos designam como o “número perfeito de Deus.” Podes imaginar a sua surpresa, quando Jesus disse, não sete, mas “setenta vezes sete”?

Eis uma distorção interessante sobre a questão de quando perdoar. Uma menina de 11 anos, de nome Antónia, da Califórnia, escreveu ao autor Carlos Mills a perguntar: “Irá Deus perdoar a Adão e Eva?” Mills respondeu-lhe no seu livro devocional para juvenis desta maneira: «Ele já lhes perdoou há muito, muito tempo, ainda antes de Jesus ter criado este mundo.» Surpreendente. Todos nós fomos perdoados há muito, muito tempo. Alguns de nós nem sequer ainda o sabemos.

Ora pela guia do Espírito Santo, depois faz uma lista de todas as pessoas a quem precisas de perdoar. Em frente ao nome de cada uma, escreve o método que vais usar para exprimires o teu perdão: falar pessoalmente, escrever uma carta, um telefonema, um postal, ou até uma rosa. Mantém a lista aberta. Poderás achar que precisas de acrescentar outros nomes, à medida que lês ou revês esta questão nos próximos dias.

PESSOAS A QUEM DEUS PERDOOU


A seguir estão alguns nomes de pessoas a quem Deus perdoou:

• Adão e Eva pela sua desobediência e por terem estragado os planos que Ele tinha para este mundo.
• Moisés por ter batido na rocha mais do que uma vez.
• A mulher apanhada em adultério pela sua vida de prostituta.
• Abraão por ter tido uma língua mentirosa.
• Sansão pela sua baixa moral e por não ter completado a obra que Deus lhe dera a fazer.
• David por adultério, cobiça e assassínio.
• Paulo por ter perseguido a igreja de Deus.

Lê o que Deus inspirou Paulo a escrever sobre algumas destas pessoas em Hebreus 11:8-32.

Portanto, há alguém a quem precises de perdoar hoje? Esta é uma pergunta crucial para alguém que busca alegria para a sua vida e perdão do seu Criador.

Brian Tracy, autor e narrador de uma série de cassetes áudio, denominada The Psychology of Achievement (A Psicologia da Realização), diz que há três grupos de pessoas a quem precisamos de perdoar:

O primeiro grupo são os nossos pais. Sem excepção, todos temos pais cujos pés, como os nossos, são feitos de barro. Portanto, eles cometem erros. Às vezes nós somos as vítimas, directas ou indirectas, dos seus erros. Contudo, é difícil, se não impossível, viver plenamente as nossas vidas como estudantes e profissionais, como esposas e maridos, ou como pais e dirigentes, a não ser e até que perdoemos aos nossos pais, quer já tenham morrido ou ainda vivam, por qualquer falta que tenham cometido contra nós.

O segundo grupo é qualquer pessoa que alguma vez nos tenha feito mal. Esta lista inclui amigos, e mesmo um namorado ou namorada especial, bem como irmãos e irmãs. E, como antigo professor eu próprio, é preciso incluir também algum professor nessa lista. E talvez também um pastor ou ancião da igreja. Eles também são humanos, e como tal cometem igualmente erros.

O terceiro grupo és tu mesmo. Algumas pessoas dizem que não nos podemos perdoar a nós mesmos, só Deus nos pode perdoar. Eu compreendo o que elas querem dizer. Depois de Deus ter lançado os nossos pecados nas profundezas do mar, porém, Ele não quer que nos empenhemos em repescar esses pecados do fundo do oceano e nos torturemos com a culpa.

Peçamos desculpa a quaisquer pessoas a quem tenhamos ofendido. Peçamos o perdão de Deus.

Depois aceitemos o Seu perdão, perdoemo-nos a nós mesmos e vivamos as nossas vidas com normalidade. Esse é um grande projecto para concretizares hoje.

Aqui está outro. Faz hoje dois telefonemas a alguém com quem tiveste problemas no passado. Não importa quem foi o culpado. Pelo menos, poderás dizer, por exemplo, que estás triste pela maneira como as coisas findaram entre vós e que desejas continuar a considerar essa pessoa ou pessoas como fazendo parte do teu grupo de amigos. Usa palavras tuas. Não fales muito e procura manifestar sinceridade. Não as faças sentir pressionadas a responder e tu não precisas de ficar desapontado se elas não responderem. Elas poderão precisar de tempo para ultrapassarem o choque. Há a possibilidade de 99 em cada 100, elas ficarem satisfeitas se lhes telefonares.

Medita nesta frase: «É perdoando que somos perdoados.» (Madre Teresa de Calcutá).

DA MÁGOA PARA A RECONCILIAÇÃO


Perdoar é muito, muito mais do que dizer a alguém as palavras mágicas: «Sim, eu perdoo-te.» É algo profundo. O Dicionário Bíblico Adventista do Sétimo Dia diz que a palavra perdão, como é usada na Bíblia, combina duas ideias. A primeira é a ideia de “libertar um ofensor da culpa.” A segunda é restabelecer a relação ao que era antes.

O perdão é um processo, que deve começar com o reconhecimento da nossa mágoa.

Esta é talvez a razão por que Paulo diz: «Irai-vos, mas não pequeis.» (EFÉSIOS 4:26, NRSV). A especialista em relações humanas, Dra. Bárbara de Angelis, diz que em vez de escondermos a nossa mágoa, devemos comunicar aos nossos queridos “a verdade completa”. Para ela, isto significa passar por seis estádios:

1. Reconhecer a nossa ira, culpa e ressentimento.
2. Dizer que estamos magoados, tristes e desapontados.
3. Admitir os nossos temores, insegurança e mágoas pessoais.
4. Expressar um sentimento de lamento, compreensão e responsabilidade pela parte que desempenhámos no problema.
5. Declarar os nossos desejos ou intenções e sugerir soluções.
6. Declarar o nosso amor, perdão e apreço.


A Bíblia também dá algumas ideias em como passar da mágoa para a reconciliação. Aqui estão algumas dessas ideias nos textos seguintes:

1. Provérbios 15:1 - «A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.»

2. Mateus 5:43-46 - «Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão havereis? não fazem os publicanos também o mesmo?»

3. Mateus 18:15 - «Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste teu irmão.

4. Romanos 12:21 - «Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.»

5. Efésios 4:26 - «Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.»

- Ficar zangado com o mal (não com a pessoa); tentar solucionar as coisas logo que possível.
- Responder a palavras ásperas com palavras agradáveis.
- Não esperes que as pessoas te amem antes de tu as amares a elas.
- Facilita as coisas para as pessoas pedirem desculpa; dá o primeiro passo.
- Não perdoes simplesmente mediante palavras; faz alguma coisa positivamente boa.


PERDOAR E ESQUECER


Durante esta semana, tu tens pensado profundamente porquê deves perdoar a pessoas; quando o deves fazer; quem precisa do teu perdão; e mesmo como perdoar. Agora a grande questão: «Preciso eu realmente de ‘perdoar e esquecer’?»

A Bíblia dá duas espécies de pistas. EFÉSIOS 4:32 diz que devemos perdoar «uns aos outros, como, também, Deus vos perdoou em Cristo.» Ora, como perdoa Deus? Ele coloca uma distância tão grande entre nós e os nossos pecados como entre o Oriente e o Ocidente (SALMOS 103:12). Ele lança os nossos pecados no fundo do mar (MIQUEIAS 7:19). Ele vai bem mais além de prometer esquecer os nossos pecados; Ele compromete-Se a nunca mais Se lembrar deles no futuro (JEREMIAS 31:34).

A segunda pista encontra-se em FILIPENSES 3:13. Aqui Paulo aconselha-nos a esquecer as «coisas que estão atrás» a fim de podermos avançar para o nosso futuro elevado chamado.

A primeira pista dá-nos um bom exemplo a seguir. A segunda dá, aparentemente, um bom conselho. Contudo, a ciência diz que tudo quanto alguma vez tu experimentaste está registado no teu cérebro até à morte. Portanto, parece que, a não ser que batas com a tua cabeça e sofras um ataque de amnésia, esquecer ofensas graves contra ti é virtualmente impossível.

Quem está correcta, a ciência ou a Bíblia? Ambas. Deus, porque Ele sabe tudo, não pode realmente esquecer num sentido literal. E Paulo não quer dizer realmente que, se tivermos alguma lembrança das nossas desgraças passadas, estejamos arruinados quanto ao futuro.

«Clara Barton, a fundadora da Cruz Vermelha Americana, em 1881, estava a conversar, certo dia, com um amigo quando este lhe perguntou se ela se recordava de alguma injúria cruel que alguém lhe tivesse infligido anos antes. A jovem Barton disse que não conseguia recordar o incidente.
«’Com certeza que te deves recordar’, insistiu o amigo.

«’Não’, replicou a jovem Barton, ‘não me lembro dele, mas recordo distintamente de o ter esquecido’»

Perdoar e esquecer não se refere a um esquecimento biológico. Significa perdoar tão completamente, que nunca mais lembraremos de usar outra vez a coisa perdoada em falatório ou censura contra o ofensor, permitir que isso nos cause mágoa, ou consentir que isso afecte a relação entre nós e o antigo malfeitor de alguma maneira negativa.

O PERDÃO OPERA PAZ INTERIOR


Harry Orchard assassinou mais de 290 homens. Até assassinou o governador de Idaho. Por isto ele acabou por ser encarcerado atrás de grades e sentenciado à morte por enforcamento.

É Harry um exemplo de autodisciplina? Não, não no princípio, mas mais tarde tornou-se autodisciplinado. Harry mostra como Deus pode recuperar o pior indivíduo e devolver-lhe o seu poder real de domínio próprio.

Depois de Harry ter sido preso, Deus teve a oportunidade de falar ao seu coração. No silêncio da sua cela, Harry pensou na vida eterna. Por alguma razão, ele percebeu que, se confessasse os seus pecados, Deus o perdoaria. Após semanas de angústia mental, Harry decidiu fazer as pazes com Deus, fosse qual fosse o custo. Harry confessou publicamente os seus pecados e fez tudo ao seu alcance para endireitar o seu passado miserável.

Pediu ao seu guarda uma Bíblia e começou a sua busca por perdão. À medida que paz inundava o seu coração, ele procurou orar, mas a princípio sentiu que Deus não podia ouvi-lo. Com o tempo, porém, passou a ser mais fácil orar e a oração secreta tornou-se a sua força. Uma vez, um dos seus colegas de prisão ouviu-o orar. O preso relatou que Harry estava a perder o juízo. Pelo contrário, porém, Harry estava realmente a recuperar o seu juízo aos pés do seu Criador.

No seu diário pessoal ele registou algumas das suas orações:

“Senhor, ajuda-me a ser verdadeiro com Jesus Cristo.”
“Senhor, ajuda-me a ser sempre humilde e verdadeiro.”
“Senhor, ajuda-me a afastar o olhar das provações da vida e a fixá-lo em Cristo para d’Ele receber ajuda e força.”

A sentença de morte de Harry foi revogada, mas nunca foi solto da prisão. Dentro daquelas paredes de pedra, contudo, Harry viveu uma vida limpa e cristã durante mais de 40 anos. Ele morreu na Penitenciária Estadual de Idaho. Foi enterrado fora das muralhas da prisão em Boise, Idaho.

por: Manuel Cordeiro

Sem comentários:

Enviar um comentário